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Home care: entenda a importância do enfermeiro no atendimento domiciliar

Enfermeira Márcia Falcão

Funcionando como um elo entre o domicílio onde está sendo feito o atendimento, a equipe cuidadora e o hospital, o enfermeiro faz toda a diferença na performance clínica do paciente que está em home care.

Para que você entenda com detalhes as razões, a gente conversou com a Márcia Falcão, uma das profissionais responsáveis por esta função aqui na Rede Sanare.

Continue com a gente e veja:

  • O que é home care
  • Entrevista com a enfermeira Márcia Falcão
  • Dicas finais para quem busca home care

O que é home care

Antes não custa lembrar. Home care ou “cuidados em casa” é quando, em vez da internação hospitalar, o paciente se submete ao tratamento na sua própria residência.

Ou seja, do conforto do seu lar, ele tem acesso a equipamentos e ao monitoramento de uma equipe multidisciplinar equivalentes aos de um ambiente clínico tradicional.

Dentre as vantagens da modalidade, estão:

  • maior humanização
  • assistência personalizada e individualizada
  • maior envolvimento da família (o que ajuda na recuperação)
  • maior tranquilidade
  • menores chances de contágios por outros pacientes

Mas, para que tudo funcione com máxima eficiência, alguns cuidados são necessários. Um deles, sem dúvida, é a presença de um profissional enfermeiro.

Entenda o seu papel.

Entrevista com a enfermeira Márcia Falcão

 

Enfermeira Márcia Falcão

Rede Sanare (RS): Qual a importância do enfermeiro num home care?

Márcia Falcão (MF): O profissional enfermeiro é o principal gestor das ações do tratamento em domicílio.

Tanto em relação aos cuidados prestados ao paciente. Como na coordenação da equipe. E claro: fazendo a ponte com os familiares responsáveis.

RS: E quais as suas principais funções nesse tipo de atendimento?

MF: É ele que realiza, por exemplo, as visitas de internação e de supervisão domiciliar. Elas são muito importantes para o sucesso do atendimento do paciente em casa. E devem seguir um roteiro muito bem organizado pelo profissional.

RS: Para ficar mais claro para o leitor, o que são essas visitas de internação?

MF: As visitas de internação correspondem ao início do tratamento domiciliar. Elas podem acontecer de duas formas distintas.

A primeira é quando o paciente começou a ser atendido no hospital e vai dar continuidade à recuperação na sua própria residência.

A outra é quando, sem nunca ter saído de casa, ele apresentou uma patologia, foi avaliado pelo médico e precisa de cuidados complementares para essa doença ou outra já existente.

RS: Que roteiro bem organizado é este que o enfermeiro segue nas visitas de internação?

MF: Ele faz uma avaliação geral – basicamente do paciente e suas condições clínicas, da infraestrutura domiciliar, dos remédios prescritos. Depois define e registra ponto a ponto o que é importante para nortear o tratamento.

Essa avaliação engloba, por exemplo:

  • o preenchimento de uma ficha de admissão, com a presença de um familiar responsável
  • a análise do ambiente terapêutico, onde ele verifica a adequação da residência às necessidades do paciente
  • um exame físico minucioso para que tudo seja identificado e ele possa elaborar um plano de cuidados
  • a observação das prescrições médicas, de modo que possa sugerir um melhor planejamento de horários e intervalos na administração dos remédios
  • a identificação de mobiliários e terapias complementares necessários

RS: Seria possível explicar com mais detalhes cada uma dessas ações, começando pelo preenchimento da ficha de admissão?

MF: Sim. Sobre essa ficha de admissão, é muito importante que ela seja preenchida com a ajuda de um familiar responsável.

Porque além de ele poder passar dados importantes para o enfermeiro com relação à patologia, falará das particularidades do próprio paciente. E até sobre detalhes específicos da residência, que também precisam ser conhecidos e comunicados.

Essas informações ficarão disponíveis no prontuário para toda a equipe, junto com os contatos – tanto dos responsáveis quanto dos médicos assistentes.

RS: E sobre a análise do ambiente terapêutico?

MF: Esse é o próximo passo. Como eu disse anteriormente, nessa avaliação do ambiente, o enfermeiro verifica a adequação da residência às necessidades do paciente.

E vou dar alguns exemplos para ficar mais claro.

Uma pessoa com risco de queda não deve, por exemplo, ter tapetes ou qualquer obstáculo no seu caminho.

Outro cuidado importante é que os objetos que eventualmente ela use estejam sempre ao nível das suas mãos. Isso evita que ela suba em escadas ou faça agachamentos desnecessários.

Até porque nós sabemos que as quedas são responsáveis pelo maior número de comorbidades que um paciente idoso, por exemplo, pode apresentar.

RS: Fale mais, por favor, sobre o exame físico e a elaboração do plano de cuidados.

MF: O enfermeiro é um profissional plenamente habilitado a realizar um exame físico no paciente.

E essa avaliação, que também é feita no momento da internação domiciliar, deve ser bastante rigorosa para que tudo seja identificado.

O principal objetivo é estabelecer o melhor plano de cuidados, que é um instrumento elaborado pelo próprio enfermeiro para orientar a equipe no exercício correto das ações que devem ser executadas.

Então é importante que tudo seja feito em total consonância com as necessidades do paciente, a patologia e o prognóstico.

Vamos novamente exemplificar.

Algumas pessoas usam medicações que não podem ser ofertadas junto com alimentação, como no caso do Parkinson. Isso é um cuidado importante e que deve fazer parte do plano.

Outra observação, especialmente voltada para quem apresenta instabilidades clínicas, é a necessidade da realização de um balanço hídrico (que é a medida de entrada e saída de líquidos no corpo).

Todos esses detalhes são compilados, registrados e ficam à disposição no prontuário do paciente.

RS: Outra questão fundamental é a transcrição da prescrição médica, certo? Como é feito isso?

Sim. O enfermeiro também tem a competência de observar a necessidade de aprazamentos de horários corretos para todos os remédios.

A intenção é que essas medicações obtenham máxima eficácia e também garantam segurança e conforto ao paciente.

Se ele precisa tomar algo que provoque urgência urinária, por exemplo, não é recomendável que isso seja feito à noite.

RS: Ainda sobre essa visita de internação, comente mais sobre essa última etapa: a identificação dos mobiliários e terapias complementares necessários.

MF: Sim. Esses são dois pontos decisivos para o tratamento.

Cabe também ao enfermeiro – nessa primeira visita de internação – avaliar as necessidades de alguns mobiliários específicos e de terapias complementares para cada paciente, como:

  • camas hospitalares
  • cadeiras de roda e higiênica
  • equipamentos de oxigenoterapia
  • fisioterapia
  • fonoaudiologia
  • nutrição

Ele observa, caso a caso, tudo que pode contribuir para os melhores resultados. E tem total competência para identificar todos os recursos e profissionais que precisam entrar como apoio.

Vamos olhar alguns itens, por exemplo: a cama hospitalar.

Ela permite que a equipe tenha um acesso melhor ao paciente. Facilita uma mudança de decúbito, deixando-o numa posição mais adequada para que se evitem lesões na pele.

Vejamos também a cadeira higiênica

Uma pessoa que não tem mobilidade e nem força em membros inferiores para se manter em pé durante o banho, corre riscos. É função do enfermeiro indicar o uso desse suporte.

Com relação às terapias complementares, como fisioterapia e fonoaudiologia, elas fazem diferença também na parte motora da respiração. Dependendo do quadro, elas serão recomendadas.

RS: Quando são feitas as outras visitas: as de supervisão?

MF: As visitas de supervisão têm suas frequências determinadas pela complexidade assistencial do paciente.

E essa complexidade – baixa, média ou alta – é avaliada através de um histórico formal que é definido pela Associação Brasileira de Medicina Interna.

Quando o paciente é de baixa complexidade, em geral é estabelecida uma visita de supervisão mensal.

Os de média complexidade recebem duas visitas mensais. E os de alta complexidade, quatro mensais.

Mas isso não é tão rigoroso. O enfermeiro pode ser acionado a qualquer momento em que haja necessidade. Quando há alguma intercorrência, por exemplo.

RS: E o que é feito nessas visitas de supervisão?

MF: As visitas de supervisão dão sequência à de internação.

Nelas, o paciente é reavaliado. É realizado um novo exame físico. E, então, repensado o plano de cuidados de acordo com as possíveis mudanças nas suas condições clínicas.

Caso seja preciso, também é atualizada a transcrição de prescrição médica.

Além disso, os registros da equipe técnica são analisados e realinhados pelo enfermeiro.

E novas orientações são transmitidas.

Tudo isso com a intenção de que o paciente atinja a melhor performance clínica que seu estado de saúde permita.

RS: Além das visitas, como é feita a comunicação diária com médicos e equipe?

MF: A Rede Sanare possui um prontuário clínico com todos os impressos necessários à troca de informações interna e externa da condição clínica do paciente.

O enfermeiro se comunica de forma ativa com o médico assistente – enviando relatórios – e também com os demais profissionais da equipe.

Dicas finais para quem busca home care

O home care tem várias vantagens, como dito anteriormente. Mas é preciso que seja feito com qualidade técnica e humana.

Aqui na Rede Sanare você conta com todos os recursos e uma equipe multidisciplinar altamente selecionada e treinada para oferecer o melhor atendimento.

Caso você ou algum familiar seu precise, procure o setor comercial da Rede Sanare para conhecer um pouco mais sobre os nossos serviços.

1 comentário em “Home care: entenda a importância do enfermeiro no atendimento domiciliar”

  1. Muito bom esta reportagem sobre cuidados sociais.
    Sou cuidadora de idoso e auxiliar de enfermagem, cuido de pessoas desde 2008.
    A importância de cuidados com pessoas.
    Se puderem e precisar estou disponível.

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