Os cuidados paliativos são um conjunto de cuidados, feitos para pessoas que sofrem de uma doença grave ou incurável, com o objetivo de aliviar o sofrimento, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida.
No Brasil, os cuidados paliativos são oferecidos por muitos hospitais, principalmente nos que possuem serviço de oncologia. Cuidados como este são indicados para pacientes que sofrem de uma doença que ameace sua vida e que piora ao longo do tempo. Também conhecidas como doenças terminais e/ou paciente em limite terapêutico e/ou sem assistência terapêutica ou sem proposta de cura.
Este tipo de cuidado não é apenas para quem está à beira da morte, mas também para quem possui oportunidade de sucesso com o tratamento. O cuidado paliativo não é sobre morrer, mas sobre como o paciente quer viver até lá, mesmo que dure dias, semanas, meses ou anos.
Para garantir que tais cuidados sejam feitos no momento certo, é de extrema importância conversar com a equipe médica responsável pelo acompanhamento do paciente e demonstrar seu interesse neste tipo de cuidado. A comunicação entre médicos, pacientes e familiares deve ser clara, franca e bastante informativa sobre o diagnóstico e as opções de tratamento para definir algumas questões.
A oficialização dos cuidados paliativos
Para documentar e oficializar essas vontades, há um documento chamado Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV), que permite que a pessoa informe aos seus médicos os cuidados de saúde que deseja ou que não deseja receber.
A DAV pode ser realizada pelo médico do paciente em sua ficha médica ou no prontuário, desde que sejam expressamente autorizadas pelo paciente. No entanto, não é necessário testemunhas ou assinaturas, pois o médico, pela sua profissão, possui fé pública e atos que têm efeitos legais e jurídicos para esta finalidade.
É possível também redigir e registrar um documento chamado Testamento Vital, onde a pessoa poderá declarar suas vontades e especificar, por exemplo, o seu direito de não ser submetido a procedimentos como o uso de aparelhos para respirar, se alimentar por tubos ou passar por um processo de reanimação cardio-pulmonar. Além disso, neste documento também é possível indicar uma pessoa de confiança para tomar decisões sobre os rumos do tratamento quando não puder mais realizar suas escolhas.
Situações em que se aplicam os cuidados paliativos
- Câncer
- Doenças degenerativas neurológicas, como Alzheimer, Parkinson, Esclerose múltipla ou esclerose lateral amiotrófica
- Artrite grave
- Doença renal crônica
- Cardiopatas terminais
- Pneumopatas
- Hepatopatas
- AIDS avançada
- Traumatismo craniano grave
- Coma irreversível
- Doenças genéticas, como fibrose cística, DM, HAS, Síndrome de Down, entre outros.
Princípios dos cuidados paliativos
Como mencionado anteriormente, os cuidados paliativos buscam promover o bem-estar ao paciente, além de assegurar a qualidade de vida dos familiares. Entre os principais objetivos são:
- Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis
- Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural. Não acelerar nem adiar a morte.
- Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente.
- Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte.
- Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares, durante a doença do paciente e a enfrentar o luto.
- Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo o acompanhamento do luto.
Autora: Enfa Susy Santos.
Enfermeira dermatológica da Rede Sanare.